Os livros sempre foram uma paixão para uma legião de leitores vorazes espalhados pelo mundo. Ao contrário do que se pensa, a leitura não precisa ser necessariamente solitária, como possa parecer inicialmente. Há quem prefira de fato permanecer quieto em sua poltrona, em silêncio, ou ler seu livro de cabeceira antes de dormir. No entanto, há pessoas que buscam a identificação com os livros para interagirem socialmente.
Os livros, assim como a comida, aproximam as pessoas há séculos, e assim como a comida, podem reunir pessoas ao redor de uma mesa para “degustar” uma boa leitura. No cinema, por exemplo, encontramos filmes clássicos e de fácil acesso sobre clubes de leitura. Aqui, cito dois: “O Clube de Leitura de Jane Austen” (2007), que explora a vida e os relacionamentos de um grupo que lê Jane Austen; e “A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batata” (2018), na qual um grupo de pessoas cria um clube de livro, durante a Segunda Guerra Mundial, que traz vida e esperança para a comunidade.
No que se refere à nossa realidade, cito dois exemplos vivos e atuantes na capital paraibana que uniram leitores, suas paixões por livros e o desejo de compartilhar suas impressões e opiniões sobre suas leituras: O clube “Degustando Literatura”, criado em 2019 por um grupo de amigos que decidiram se encontrar uma vez por mês para discutir suas leituras, seus gostos literários, seus estilos e principalmente suas opiniões diversas sobre a mesma obra; e por fim, o clube “Literar”, criado em 2024, pela Livraria A União, para colocar, “na pista” e na boca do povo, livros de escritores paraibanos e naturalizados, como uma ferramenta de divulgação e valorização da nossa cultura literária.
No caso do Clube de Leitura “Degustando Literatura”, a cada mês um dos integrantes indica um livro, de sua escolha pessoal, para compartilhar com o grupo. Todos leem e, posteriormente, marcam um encontro presencial para a discussão da obra. Nesse sentido, seguindo uma ordem, todos os integrantes indicam livros. Além da leitura mensal, o clube escolhe, em conjunto, um livro mais denso, como um calhamaço, para que seja lido ao longo de meses e discutido no final do ano, numa confraternização. Esta obra é chamada de “livro do ano” pelo clube.
Quanto ao Clube “Literar”, a indicação do livro é feita pela gerência da livraria A União, e já contemplou escritores contemporâneos como Isabor Quintiere, com seu “A cor humana”; Renata Escarião, com “Entre costura de papel”; João Matias, com “As madrinhas da rua do sol”; e Maria Valéria Rezende, com “Toda palavra dá samba”. Assim, nesse projeto tão importante para a literatura paraibana, nossos escritores vão sendo divulgados, conhecidos e discutidos, como uma ferramenta de valorização de nossa cultura literária que é tão rica. Portanto, se você ainda acha que ler é um hábito solitário, afirmo que você precisa conhecer estes clubes de leitura e tantos outros que estão em atividade pela cidade e pelo estado, principalmente porque eles ajudam a abranger nossas escolhas e nosso campo de interesse no que se refere à literatura.